“Gran Finale” é um termo em italiano, que traduzindo significa “Grande Final”. Esta expressão é usada quando um espetáculo de teatro, um filme ou uma obra literária surpreende o público com um final emocionante!
Já aconteceu de você ler um livro completo e ter a sensação de que faltou algo no final? Seja algum tipo de resposta ou um desfecho surpreendente. É decepcionante! Pois gastamos tempo nos envolvendo com uma história que deixou pontas soltas.
Agora que você entendeu o conceito, veja algumas dicas para não cometer este erro na contação de história e arrancar aplausos empolgados do público.
Dica 1: Coloque Pitadas de Emoção no Decorrer da História
Imagine que a história que você está contando é um bolo. Cada ingrediente é fundamental para o resultado final: um lindo, macio e saboroso bolo. Quando você começa uma narrativa, vai colando os elementos aos poucos, para que eles possam se unir. Na história da Chapeuzinho Vermelho, o final só causa um grande alívio no público devido este ter sentido pena da vovozinha, preocupação com a menina e medo do lobo. Então, quando o caçador resolve o problema, todos ficam felizes.
Dica 2: Não dê Informações Antes da Hora
Todo mundo fica chateado quando recebe o spoiler de um filme que está com muita vontade de assistir. Na contação de história, pode ocorrer o mesmo. Imagine se na história dos 3 Porquinhos, o autor antecipasse que a casa do porquinho trabalhador era tão forte que sopro de lobo nenhum seria capaz de derrubar. Ia estragar o suspense de saber se a casa vai cair ou não. E o “Gran Finale” ocorre porque a casa aguenta firme, trazendo um grande alívio e alegria para quem está ouvindo a história.
Dica 3: Inclua Surpresas
Digamos que “é disso que o povo gosta”. Ao contar uma história, não esqueça de causar surpresas. Você pode surpreender com o surgimento de um objeto mágico, fazer uma entonação diferente na voz ou modificar o enredo original. E claro, trabalhe a história para criar um “Gran Finale”. Na contação da história da Bruxa Mal-humorada que eu realizei diversas vezes, no final as crianças são surpreendidas ao serem convidadas para a festa que ocorria na história, assim, terminávamos dançando todos juntos.
Dica 4: Não Deixe Pontas Soltas
Este é sem dúvida um dos maiores desafios de escritores, dramaturgos, e também, de contadores de história. É imprescindível amarrar bem o enredo para que no final o público tenha a sensação de que o problema foi resolvido de forma satisfatória. Na história da Branca de Neve, o autor apresenta um motivo para a bruxa querer envenenar a moça (inveja de sua beleza), mostra de uma forma surpreendente como ela conseguiu fazer isso (transformando-se em uma doce senhora, que ofereceu uma maçã envenenada a ingênua princesa), cria as tensões durante o enredo (morte da princesa) e conclui com a solução, o “Gran Finale” (aparecimento do príncipe e o beijo salvador). Ao ouvir esta história, você até pode pensar no que aconteceu depois, mas não fica se perguntando como a personagem conseguiu se salvar, ou como a bruxa conseguiu envenenar a moça… as perguntas foram respondidas.
É preciso compreender que o final não é um ato isolado, faz parte de um conjunto. Se os itens deste conjunto vêm sendo colocados de forma harmônica, o “Gran Finale” ocorre de forma mais tranquila. E ele é muito importante! Já que causará a sensação final no público e é essa sensação que ficará na memória.
Até mais!
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