Em Ji-Paraná, por suas ruas principais, podemos encontrar barraquinhas que vendem sucos diferentes e maravilhosos! Em todas elas está escrito: Guaraná da Amazônia. Tem suco de maracujá, de goiaba, de açaí, para todos os gostos! E no suco, além da polpa da fruta, tem ingredientes que dão um toque especial, como, amendoim e guaraná. Isso mesmo, guaraná! E não é refrigerante. É o guaraná em pó! Utilizado em toda a região, pois ele é famoso por dar muita energia. E é aí, que começa a nossa história.
Em um tempo distante, no Brasil de antigamente, quando apenas os povos originários moravam por aqui, viviam na aldeia dos Sateré-Mawé, um apaixonado casal! Ah, eles eram tão, tão, tão felizes! O amor deles encantava a todos.
Moça: Eu te amo!
Guerreiro: Não, eu que te amo!
Moça: Mas eu te amo mais!
Guerreiro: Meu amor por você é maior do que a Jaci, a grande Lua.
Moça: Ahhh! (suspiro)
Com o passar do tempo, os enamorados desejaram que um filho nascesse deste amor. Mas o tempo passou e esse fruto não chegou. Eles ficaram preocupados e tristes. Sentindo falta de algo. Foi então que uma inspiração passou por seus corações e eles foram fazer um pedido a Tupã, o deus do trovão, que ouviu atentamente.
Tupã: Por serem pessoas boas, que ajudam a todos e pelo amor verdadeiro que carregam, vou atender o pedido.
Nove meses depois, a linda moça deu à luz a um menino. O pequeno garoto cresceu amoroso, gentil, prestativo e muito esperto. Ele brincava o dia inteiro e desbravava os arredores de onde vivia. Amava a mata!
Além disso, era apaixonado por frutas! Todo dia saía pela floresta para colher e levar de volta para a aldeia o maior número de alimentos que conseguia. Era considerado símbolo de orgulho para quem o conhecia.
Infelizmente, a fama do curumim chegou aos ouvidos de Jurupari, um ser solitário e sem amigos, que trazia pesadelos e era capaz de se transformar em diversos animais. Ele invejava as habilidades do pequeno garoto.
Jurupari: Menino metido! Se acha o bam bam bam! Mas ele não é mais forte do que eu. Eu sou eterno! Ele é apenas um garotinho.
Em um dia comum, enquanto o menino colhia frutos na floresta, como sempre fazia, Jurupari se transformou em uma serpente e o picou. Tupã mandou trovões para alertar os pais do curumim, mas quando chegaram já era tarde.
A tristeza tomou conta de toda a aldeia, os pais choraram muito e os céus também. Raios e trovões iluminaram e ecoaram por todo lugar, como se Tupã estivesse enviando uma mensagem. A mãe entendeu o conselho de Tupã em meio a tempestade e plantou os olhos do filho no chão. Tempos depois, após dias de chuva, outro tipo de vida brotou! No local plantado, nasceu o guaraná.
Todos da aldeia passaram a utilizar o guaraná. E quando perceberam seu poder de proporcionar força e energia, ficaram ainda mais gratos ao menino. Então, o povo Sateré-Mawé cultivou a planta em vários lugares. Cresceram moitas gigantes, de até 4 metros de altura.
A cicatriz permaneceu no coração dos pais, mas aos poucos, em honra ao filho, voltaram a ser felizes. A história do menino, que foi o orgulho de seu povo, passou a ser contada e recontada. Por isso, até hoje, todos lembram dele. E o guaraná, planta nativa do Brasil, é um dos maiores símbolos de vigor, assim como o pequeno curumim, que ficou eternizado na natureza.
Autoria: Fada Inad
Confira uma versão em vídeo desta história com teatro de objetos:
Deixe um comentário