Contação De História Infantil: A Lenda da Mandioca

Você gosta de comer mandioca? Eu adoro comer mandioca! Tem bolinho de mandioca, carne com mandioca, caldo de mandioca, coxinha de mandioca… é tanta coisa deliciosa! Mas você sabe qual a origem da mandioca? De onde será que ela veio? Então, prepare-se para viajar nessa história e conheça… A Lenda da Mandioca!

De acordo com a lenda… a filha do cacique, de uma tribo Tupi, engravidou, assim, num passe de mágica. Seu pai ficou bravo, aquilo não era possível, como alguém de uma hora para outra poderia engravidar sem nenhuma explicação? Ele quis saber quem era o pai do bebê que ela carregava no ventre, pois a partir daquele momento, a filha não poderia mais se casar com o grande guerreiro da tribo, a qual estava prometida. No entanto, a jovem afirmou não saber como havia engravidado, não tinha namorado com homem algum. Porém, o cacique não acreditou.

Os dias foram se passando, até que em uma certa noite de lua cheia, o cacique sonhou com alguém lhe dizendo:

Indígena: Sua filha é tão pura quanto as águas que correm no meio desta floresta. Ela está dizendo a verdade! Ela nunca mentiria para você!

A partir desse dia, o cacique aceitou a gravidez da filha, e juntos, esperaram ansiosos pela chegada da neta. Esperaram… esperaram… esperaram mais um pouquinho… só mais um pouquinhoooo… só mais um pouquinhoooooooo… só mais um pouquinhooooooooooooooo! 

Nasceu uma linda indiazinha! Porém, tanto a mãe quanto o avô, espantaram-se:

Avô: Como é branquinha esta criança!

E era mesmo. Perto dos outros curumins, parecia um raiozinho de lua.  

Avô: Vou chamá-la de Mani!

Este foi o nome escolhido para aquele bebê, que era mais branco do que a própria neve. Mani era uma linda indiazinha com a pele branca, muito feliz e alegre, e espalhava sua alegria por toda a tribo, por isso, era muito querida e amada. Ela adorava conversar. Sim, pensa numa menininha que conversava que só! Vivia indo até a oca do pajé para falar sobre as ervas, sobre os preparos dos remédios. Mani era puro encanto!

Mas, certo dia, pela manhã, a mãe de Mani foi acordar a sua adorável menina. E sem nenhuma explicação, sem sequer estar doente, Mani apenas se deitou para dormir, mas não levantou. Com sua partida, toda a tribo se entristeceu, o cacique e sua filha ficaram inconsoláveis. Não tinha mais o que ser feito, eles aceitaram a condição e a enterraram dentro da própria oca, pois este era um costume desta tribo.

No dia seguinte, a mãe de Mani continuava muito triste, e ela chorou tanto, que suas lágrimas molharam todo o chão da oca. 

Avô: Venha, minha filha. Assim foi a vontade de Tupã, precisamos aceitar.

No dia seguinte, a mãe de Mani passou a regar o local em que sua filha foi enterrada. Este era um outro costume entre os Tupi. Regavam com lágrimas de saudade. E o tempo foi passando. Até que um dia, perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa.

Avô: Que planta será esta? É melhor deixá-la crescer.

E continuaram a regar o brotinho mimoso. A planta desconhecida crescia depressa. Poucas luas se passaram e ela estava altinha, com um caule forte, que até fazia a terra se rachar em torno.

Mãe de Mani: Devemos cavar?

Então, a mãe de Mani cavou a terra, na esperança de achar sua filha viva. Cavaram um pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa branquinha, quase da cor de Mani. Da terra da oca de Mani surgiu uma nova planta!

Avô: Vamos chamá-la de Mani-oca. 

Ninguém na aldeia conhecia a tal planta, entretanto, após cozinharem a raiz e provar, toda a tribo entendeu que se tratava de um presente do deus Tupã. Ele havia enviado a raiz de Mani para saciar a fome de toda a tribo.

E foi dessa forma, em homenagem a aquela bela indiazinha que surgiu o nome da mandioca, que é a junção do nome de Mani, com Oca, onde ela estava enterrada. A mandioca se tornou um alimento muito importante para a alimentação dos indígenas. E até os dias de hoje ela faz parte da cultura do povo brasileiro.

Autoria: Fada Inad 

Confira uma versão em vídeo desta história com fantoches adaptados:

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