A História da Contação de História

Imagine o mundo muitos anos atrás, onde não existia a escrita, os livros, a fotografia e muito menos a internet. Como as pessoas transmitiam seus conhecimentos? Como registravam seus saberes?

Contar uma história era uma das formas mais significativas de passar uma informação adiante. As crenças, os costumes, os conhecimentos, toda cultura que um grupo tentava preservar, era passado oralmente de geração para geração. Este ato é chamado de tradição oral.

A contação de história existe há muito tempo, mas não se pode definir a data exata de seu surgimento. Sabe-se que é uma das práticas mais remotas que acompanham a humanidade, ficou marcada pela imagem de pessoas sentadas em volta da fogueira, conversando, contando seus “causos” e descobertas. Era uma das principais formas de confraternização, uma vez que promoviam momentos divertidos, capazes de vencer o tédio em épocas que não tínhamos as opções que temos hoje.

A tradição oral ocorria de diversas formas. Em algumas culturas, todos podiam passar as histórias adiante, já em outras, apenas os contadores de histórias desempenhavam esta tarefa. Estes contadores tinham uma ótima memória e desenvolveram técnicas capazes de prender à atenção do público. Eles usavam poesia, música e contavam de uma maneira que as histórias pudessem ser lembradas facilmente.

Quem se lembra dos bardos (trovadores), personagens de filmes e histórias medievais? Estes contadores de histórias tinham importância fundamental e estratégica. Durante as guerras na Idade Média, eles ajudavam a manter vivo o espírito de batalha, através das descrições de vitórias dos aliados e derrotas dos inimigos.

Um outro exemplo de grupos de contadores de histórias pode ser encontrado na África. Eles são conhecidos como “Griôs”, considerados mestres da palavra e designados a transmitir oralmente a cultura de seu povo. Já no Brasil, diversas regiões também encontraram seu jeitinho especial de contar histórias. Um deles foi o cordel, desenvolvido no Nordeste, onde as histórias são poemas cantados de forma rimada e cadenciada.

Ou seja, a transmissão de saberes é algo inerente ao ser humano. Sem dúvidas, a contação de história é uma grande herança da humanidade para ela mesma. Mas será que esta prática está chegando ao seu fim? Segundo o filósofo Walter Benjamin “A arte de narrar está em vias de extinção. São cada vez mais raras as pessoas que sabem narrar devidamente. Quando se pede num grupo que alguém narre alguma coisa, o embaraço se generaliza. É como se estivéssemos privados de uma faculdade que parecia segura e inalienável: a faculdade de intercambiar experiências”.

Infelizmente, estamos nos autobloqueando e esquecendo que a vontade de contar histórias existe em nós desde os nossos primórdios. Mas ainda não é o fim! A contação de história está se reerguendo e evoluindo. Muitas pessoas ainda reconhecem a sua importância e diversos recursos estão sendo adotados: objetos, bonecos, sombras, livros… Artistas e educadores vêm utilizando esta arte em suas práticas, o que nos gera uma esperança!

Atualmente existem outras maneiras de passar conhecimento, mas a contação de história transcende esta função. Ela traz benefícios para ouvintes e narradores, de um jeito que nenhum outro meio de comunicação é capaz. E ainda tem o poder de conectar gerações.

A história da contação de história ainda não acabou e cada um de nós podemos escrever um novo capítulo. Conte sua história para o seu filho, fale sobre seu dia para o seu pai, relembre sua infância com os seus amigos. Vamos conversar mais e nos reconectar. Vamos contar histórias! Até mais!

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rafaela do rosário sousa
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rafaela do rosário sousa

Muito bom esse texto, parabéns!

Renivaldo Andrade Costa dos Santos
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Renivaldo Andrade Costa dos Santos

Muito bom